Venancio Jr
O dia de Pentecostes foi de fato
um “divisor de águas”. Desde então a manifestação dos dons
espirituais se tornou a marca do pentecostalismo a ponto de adotar-se como
“termômetro” de espiritualidade, em vista disso, esta manifestação deixou de
ser privilégio dos evangélicos pentecostais e foi literalmente assimilado pelos
católicos carismáticos que buscavam evidências desta espiritualidade. Em
qualquer um dos casos, o principal motivo é a busca de um êxtase espiritual que
evidencie comunhão com Deus.
Não creio em êxtase espiritual a rigor
de deuses estranhos e distantes dos princípios bíblicos. No livro de Marcos
capítulo 13:22 Jesus alertou os apóstolos a respeito destas manifestações
estranhas: “Porque hão de surgir falsos cristos e falsos profetas, e
farão sinais e prodígios para enganar, se possível, até os escolhidos”. Em
II Coríntios 14:01 Paulo enfatiza que devemos procurar com zelo os dons
espirituais, sejam línguas estranhas, profecias ou revelações e parece
que ele previu a usurpação no uso destes dons. Paulo amava a Deus e travou uma
batalha interior conforme lemos em Romanos 07:25: “De modo que eu mesmo
com o entendimento sirvo à lei de Deus, mas com a carne à lei do pecado”. É
a luta do homem natural com o homem espiritual. Mas ele teve atitude para que o
homem interior (espiritual) prevalecesse. Ele teve atitude também para cumprir
o que Jesus expôs, em Mateus 22:37, quando mostrou a legitimidade do êxtase
espiritual: “Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a
tua alma, e de todo o teu entendimento”.
O poder de Deus foi liberado, não pela nossa vontade, mas a de Deus conforme lemos em João 01:12,13 que diz: “Mas, a todos quantos o receberam, aos que creem no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de Deus”. Jesus também foi enfático no texto de Atos 01:08, “Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo...” Depois do êxtase espiritual o que acontece? A nossa vontade deve ser submetida a Deus porque, tanto o querer como o efetuar, pertencem a Ele (Fp 02:13). Coube a nós apenas nos dispor a Deus e praticar a sua boa obra. “Assim também a fé, se não tiver obras, é morta em si mesma” Tiago 02:17. O êxtase espiritual nesta boa obra será legitimado se na prática seguirmos o que está escrito na sequência de Atos 01:08, “... e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra.”.
campinas sp 08/08/2007
obs. Este título foi-me sugerido pelo Pr Carmo Ribeiro quando ainda
pastoreava a igreja Metodista Livre em Campinas e pediu-me que escrevesse algo a
respeito.
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