terça-feira, 14 de maio de 2024

A RIQUEZA DA GENEROSIDADE

Venancio Junior

Imagine como é a vida das pessoas que frequentam as grandes festas e eventos de alto nível, onde tudo é de primeira qualidade? Numa exposição de carros de luxo, tudo é lindo e maravilhoso, impecavelmente limpo e cheiroso. A qualidade dos carros causa emoção indescritível nos aficcionados pelo automobilismo. Até mesmo nos “break-fest” servem produtos de excelente qualidade e sabores diversos e insuperáveis feitos por empresas de alimentos renomados e premiados. As pessoas que organizam visam um público de grande poder aquisitivo de fino trato e gosto indiscutível. Este público é composto por pessoas que prezam pela qualidade e não mede esforços em possuir o que querem investindo grandes somas de dinheiro. Moram em áreas nobres composta por condomínios fechados de alto padrão, frequentam os melhores restaurantes e viajam de férias anualmente de primeira classe para lugares paradisíacos. Estas pessoas são chiques, cuidam da beleza exterior e, muitas delas também cuidam da saúde frequentando as melhores academias, os melhores clubes, vão ao estádio assistir o time do coração e tem cadeiras cativas na ala destinada somente aos privilegiados sócios. Finais de semana e nos feriados prolongados o destino são os resorts do litoral reservados somente a elite. Outro entretenimento muito bem frequentado por esta classe são os cruzeiros de luxo nos gigantescos transatlânticos que possuem praticamente tudo, piscina, quadras de tênis, boates, academias e tudo o que o luxo pode oferecer sem dar qualquer chance ao tédio de uma viagem em alto-mar. E ainda tem as disputadas festas com a presença de celebridades dos mais diferentes segmentos. Muita comida e muita música. Tudo isto para aliviar a carga da rotina intensa ocupada na maioria pelo “trabalho duro”. Uma vida que é um sonho para qualquer pessoa de bem. Com tanta atividade e consumos de qualidade, a tristeza, pelo jeito, não tem vez neste contexto. Será!?

Imagine se as pessoas que frequentam este mundo de ostentação restrito a pouquíssimos privilegiados tivessem o mesmo nível de qualidade daquilo que consomem no caráter? O lado reverso de cada uma destas pessoas, provavelmente seja muito diferente do mundo em que vivem. A maioria constrói a sua imagem considerando o contexto luxuoso das suas vidas. Conquistam a confiança das pessoas (a maioria invejosas) baseada na qualidade dos produtos que consomem. Quanto mais se consome, mais se iludem de que o valor das suas vidas acompanha o padrão de qualidade certificado e quanto mais consomem, mais se sentem valorizadas. Em hipótese se relacionam com alguém que não pertença ao mesmo mundo de glamour. Por sinal, sequer sabem que existem pessoas pobres. Já ouvi alguém dizer que não sabia que existia bairros pobres na cidade e, pior, ainda tinham pessoas que (sobre)viviam nestes lugares. O problema maior destas pessoas altamente consumistas é que nunca se satisfazem e a busca para sustentar a imagem de sucesso se torna obsessiva. O livro de Eclesiastes 5:10 observa esta questão: "Quem ama o dinheiro jamais terá o suficiente; quem ama as riquezas nunca ficará satisfeito com o que ganha". Quem está fora deste mundo chique se consola com o ditado de que o dinheiro não traz felicidade. Quem está dentro completa esta frase dizendo que o dinheiro não traz felicidade, mas, manda comprar. Estas pessoas não admitem fracassos em suas vidas e fogem e as vias de fuga são as drogas, bebida e o sexo. As festas das celebridades têm no seu cardápio vip quantidade de drogas e bebidas que valem uma pequena fortuna. O sexo faz parte do pacote com mulheres lindas contratadas para este fim deplorável. Sexo sem limite, com quem quiser e quando bem entender como se mulher fosse um bem de consumo. A perversidade atingiu outros patamares e agora o sexo não é mais exclusividade da distinção de gêneros. As drogas estão à disposição como aperitivos. Quem pensa que os pobres da periferia é que sustentam os traficantes, engana-se. Os maiores consumidores pertencem a classe média alta e os traficantes também são "pessoas do bem" e frequentam o mesmo mundo da elite por questão de estratégia. O tráfico nunca vai acabar enquanto as pessoas ricas e famosas forem os principais clientes. Existem os clientes anônimos também que são ricos, porém, não tem fama e pertence a classe política, empresarial e jurídica. Mexer com eles seria como “virar a própria mesa”. São totalmente dependentes dos efeitos das drogas e do consumo excessivo de bebidas para se distraírem porque não possuem dificuldades para viver. Isto é uma demonstração clara da total dependência, não somente das drogas e da bebida, mas, também do dinheiro para ser feliz. O dinheiro é o deus a quem servem. E se o dinheiro acaba? Será que as pessoas pobres são infelizes por não ter dinheiro sobrando para consumir além do essencial?

Não vou entrar num embate envolvendo a psicologia e nem a psiquiatria porque, obviamente, não sou profissional destas áreas. Sei que muitos evitam abordar estes problemas na ótica bíblica. Ainda existe muito preconceito em relação ao que a bíblia fala sobre tudo o que envolve o ser humano. A bíblia, não somente cuida das questões espirituais, mas, também das que afligem o ser humano na área da psicologia. A perspectiva bíblica aborda com precisão cirúrgica a relação do ser humano com o dinheiro e suas consequências. No texto de I Timóteo 6 há uma exortação muito pesada e desafiadora “Os que querem ficar ricos caem em tentação, em armadilhas e em muitos desejos descontrolados e nocivos, que levam os homens a mergulharem na ruína e na destruição, o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males” I Timóteo 6:9,10. A maioria destaca este último trecho fora do contexto dando uma conotação generalizada. Paulo não afirmou que o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males possíveis e imagináveis, mas, ratificou que é de todos os males daqueles que querem ficar ricos. Esta carta de Paulo foi destinada a Timóteo que era o seu filho na fé e estava em Éfeso. Paulo era específico relatando os problemas que envolviam as igrejas sob os seus cuidados. Observo que o problema não é o dinheiro ou ser rico, mas, amar as riquezas e se sacrificar por ela. Observe o texto de Mateus 5:3 em que Jesus discorre sobre as bem-aventuranças: "Bem-aventurados os pobres de espírito...". Pobre de espírito é alguém que também possui riqueza, porém, o coração está desvinculado daquilo que possui, seja pouco ou muito. A maior riqueza que alguém pode ter é a generosidade ajudando os fracos com os próprios recursos. Para isto é preciso ser livre do amor ao dinheiro. Leia o texto de Atos 20:35 em que Paulo faz um alerta de que todo o seu sustento foi obtido com o trabalho árduo de suas próprias mãos e ajudou na medida do possível a todos com generosidade. Esta palavra é proibida aos ricos que consideram como uma loucura. Qual o sentido em doar àqueles que tem pouco daquilo que se conseguiu com sacrifício? Isto seria como um balde de água fria no orgulho e na vaidade. As pessoas chiques não sabem que dar um pouco de si mesmo aos outros é muito mais que um luxo, é essencial para ser plenamente feliz e satisfeito. Esta é a regra que deve ser aplicada na relação com o dinheiro. Isto é loucura para os que se perdem. “Mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; e Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes; ...Para que nenhuma carne se glorie perante ele” I Corintios 6:27 e 29. “...pois, “não podem servir a Deus e também servir ao dinheiro" Mateus 6:24b. Coloquei os dois textos de autores diferentes propositadamente porque um complementa o outro. A pessoa se julgando merecedora da riqueza, busca com obsessão cada vez mais e ter muito nunca será o suficiente se tornando o seu escravo. Não se iluda julgando que pelo fato de a pessoa ser pobre, não exista o amor ao dinheiro. O pobre pode ter muito mais orgulho e desejo pelo dinheiro do que o rico. A questão não é possuir ou não possuir em qualquer quantidade, mas, a qualidade da relação com o dinheiro é que faz toda a diferença. A oferta da viúva pobre é o maior exemplo em não ser escravo do dinheiro. Foi alguém genuinamente rico em generosidade. Em nenhum momento demonstrou que a intenção era se vangloriar porque deu tudo o que tinha. Uma pessoa rica iria rir daquela atitude, pois, o valor era de alguém com poucos recursos, porém, Deus não se preocupa com a pobreza da soberba do rico, mas, com a riqueza da humildade do pobre.

Motivos para ser generoso não faltam. Há muitas pessoas necessitadas, não somente de dinheiro, precisam também de palavras de incentivo, um abraço envolvente, uma disposição voluntária e atitudes que farão diferença na vida delas. Não seja seletivo ao fazer o bem. Não pense em ajudar como desencargo de consciência pensando mais em si mesmo. Também não é para demonstrar que seja uma boa pessoa. Lembre-se: "Quando ajudar alguém que precisa, que a mão esquerda não saiba o que mão direita está fazendo" Mateus 6:3.

quarta-feira, 8 de maio de 2024

A IGREJA DE NOSSOS DIAS

Venancio Junior

A igreja de nossos dias vive uma extensa e profunda crise de integridade. Mesmo o propósito sendo correto, muitos pastores ensinam errado e, apesar de muitos negarem, os fins são escusos. As pessoas têm um destino certo na mente, porém, estão trilhando o caminho errado. Isto descaracteriza a igreja que se torna apenas uma instituição frequentada por pessoas bem-intencionadas. A igreja verdadeira não tem CNPJ, talvez tenha razão social além do propósito em fazer diferença no contexto das empresas, das famílias, dos clubes, das ruas e até aos confins da terra que é onde a igreja que está em cada um de nós deve atuar.

A descaracterização da igreja não é algo recente. Desde o seu início como instituição eclesiástica quando foi lançado os seus fundamentos por Jesus Cristo, a igreja nunca teve sossego, pois, a sua função é se contrapor ao sistema que, de um lado, há o império político controlado pelo capital e do outro uma sociedade libertária que se ilude em defender uma falsa liberdade. A igreja está exatamente no meio para fazer diferença em ambos os lados e de lá nunca saiu e nem deve sair. Tem um texto bíblico que revela este posicionamento imersivo da igreja na sociedade. Saulo ainda era oficial do exército romano e perseguia a igreja. Observo que nesta época, a igreja se reunia nas casas e Saulo mandava invadir e prender os homens e as mulheres recém-convertidos e os que ficavam dispersos continuavam a pregar (Atos 8:3,4). A igreja regular já existia e estava se espalhando.

Os grupos que se denominam como igreja cresce a cada dia e defendem os seus princípios e cada uma delas apresenta o seu deus. Todas são unânimes em assumir que seguem o evangelho de Jesus Cristo. Conhecemos o velho ditado em que “cada cabeça há uma sentença” e isto não fugiu à regra no surgimento de cada igreja com sua sentença conforme o evangelho que tem sido adaptado para conveniência dos seus principais líderes e seus asseclas. Por exemplo, leia o texto de I Coríntios 6:9,10,11 “Não sabeis que os injustos não hão de herdar o reino de Deus? Não erreis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o reino de Deus”. Este texto tem algumas coisas que passam desapercebidas. Quando fala sobre os injustos, não está se referindo as pessoas que não tem a bondade como princípio de vida, mas, àquelas que ainda não foram justificadas em Cristo. Outro ponto, “Não erreis”. Se alguém erra é porque está tentando acertar. Então, subentendem-se que a igreja de Corinto era bem-intencionada e tinha a missão de falar sobre a salvação. Porém, provavelmente, estava errando em algumas das coisas citadas por Paulo. A dúvida que surge é, porque somente a palavra “efeminado” que alguns estudiosos pertencentes a linha evangélica progressista afirmam que houve um equívoco na tradução? Somente o adjetivo sodomita já abrange todas as más condutas relacionadas no texto de Coríntios. Paulo foi direto, incisivo e não deixou margem para dúvidas doa a quem doer. Será que roubadores, mentirosos, bêbados, idólatras, ladrões, adúlteros e avarentos não houve também uma má interpretação? Talvez estejam magoados porque foi colocado no mesmo pacote das pessoas literalmente más. Lembro que a pessoa boa na perspectiva humana não é boa na perspectiva de Deus conforme conhecemos no evangelho.

Onde aconteceu a primeira igreja organizada? Conforme o que a igreja da Etiópia acredita e defende, quando Filipe batizou (Atos 8:38) o funcionário eunuco da rainha etíope que cuidava do seu tesouro, teve início, então, a primeira igreja pós-Jesus Cristo. Se considerarmos o mandamento de Jesus “Ide e fazei discípulos” (Mateus 28:19), não teria como contestar esta afirmação dos etíopes, exceto se lermos o texto de João 4:39 em que muitos se converteram em Samaria por causa do testemunho da famosa mulher samaritana do poço que conversou com Jesus (João 4:28,29) que revela que a igreja já estava atuante antes da conversão do eunuco. A própria afirmação de Jesus de que estaria presente onde dois ou três estivessem reunidos no nome dele (Mateus 18:20) demonstra que a igreja já se reunia regularmente.

Após este êxtase quando a igreja ia pipocando aqui e acolá, houve muitos questionamentos. Paulo já havia levado uma rasteira de Jesus e se converteu, sendo um dos principais fundamentalistas do evangelho. Aconteceram alguns embates e discussões no famoso concílio de Jerusalém que foi um divisor de águas da igreja cristã. Surgiu uma dúvida entre os presentes, se os gentios (todos os não judeus) quando se convertessem se precisariam seguir a lei mosaica (lei de Moisés). Pedro respondeu que a salvação era pela graça. Após isto, Tiago, irmão de Jesus e bispo da igreja de Jerusalém ratificou esta decisão em não molestar os gentios que se convertiam. A igreja estava tomando forma, não somente espiritual como o corpo de Cristo, mas, também como instituição eclesiástica. De lá para cá, os seareiros lançavam a semente do evangelho e as que caiam em terra fértil, brotavam e geravam frutos. Assim funciona a igreja lançando a palavra em obediência ao Ide de Jesus.

Muita coisa mudou e o mundo se modernizou com inúmeros recursos que facilitaram a vida e seguem o que Paulo afirmou que utiliza de todos os meios para pregar o evangelho a tempo e fora de tempo. O fundamento do evangelho, mesmo se contextualizando, não acompanha esta mudança e se mantem intacto desde a época dos apóstolos. Se não houve mudança nos fundamentos, por que se prega um evangelho diferente? Algo que não consigo entender é que a igreja é um corpo só em Cristo, porém, há centenas de ramificações doutrinárias. As principais são a conservadora, regular, reformada, pentecostal e a progressista liberal. Dentre estas ramificações existem outras subdivisões e cada uma segue a orientação dos seus “gurus” que se colocam como iluminados. Desta forma a igreja primitiva ficou sufocada neste imbróglio denominacional. Para complicar mais ainda, existem os desigrejados que é a "igreja" que mais cresce no mundo. O que seguem estes que não frequentam nenhuma igreja? Em parte, até concordo porque o mundo institucional religioso está confuso. Mesmo com a proposta de que todos seguem o mesmo Deus independentemente de qual seja a denominação, não tem como respirar e deixar fluir a famigerada sã doutrina defendida pelos nossos antepassados. Observe o que Paulo escreve na carta a Timóteo: “Pois virá o tempo em que não suportarão a sã doutrina; ao contrário, sentindo coceira nos ouvidos, juntarão mestres para si mesmos, segundo os seus próprios desejos” (II Timóteo 4:3). Esta exortação foi direcionada aos aproveitadores da inocência alheia que distorciam as suas recomendações doutrinárias. Pregam o que as pessoas querem ouvir e jamais falam daquilo que gera arrependimento porque isto machuca o orgulho do pecado.

O que seria esta doutrina sadia que saciaria a nossa sede tal como a mulher samaritana no poço da cidade de Sicar? Parece que as mensagens de Jesus são um tanto quanto evasivas. Quem tem sede vêm a mim e beba. A promessa é de que nunca mais terá sede. Mas, como isto funciona? Ao mesmo tempo que diz “Eis que estou à porta e bato” lemos que Jesus é a porta que conduz a salvação quem entrar por ela terá salvação eterna. Existe duas portas e onde ficam? Outro trecho diz que Deus não faz diferença de pessoas, portanto, todos são iguais perante Ele presumo. Mas, noutro trecho ele chamará somente os escolhidos. Jesus morreu por todos e Deus quer que todos sejam salvos, então, por que somente alguns privilegiados herdarão o Reino de Deus? Todas estas dúvidas são causadas por insistir numa compreensão literal, tal como aconteceu com Nicodemos que imaginou que voltaria ao ventre da mãe e nasceria de novo. Jesus usou de sabedoria para ser compreendido com estas metáforas, mesmo que, a princípio seja difícil assimilar. Primeiro ele chamava a atenção para si e depois despertava a consciência para a sua mensagem. Jesus não queria convencer ninguém, mas, converter o coração a partir de uma mudança também da mente.

A igreja atual é composta por pessoas, na sua maioria, convencidas. Permanecer numa igreja e se envolver em suas atividades sem compreender o evangelho não o torna um discípulo. A compreensão do evangelho é a partir do ouvir a palavra. As pessoas têm ouvido muita besteira, muito mais do que imaginamos. Deus não mandou ninguém falar as besteiras que ouvimos por aí nas igrejas que se reúnem regularmente. As pessoas têm sido iludidas com promessas infundadas e que servem somente para satisfazer o ego de centenas de milhares de pastores. Muitos querendo ser reconhecidos como maiorais porque o orgulho inchou seus egos, não coube mais na função pastoral e assumiram títulos nobres da hierarquia eclesiástica. Os dons espirituais são subterfúgios para causar comoção e uma impressão de alto nível espiritual. Em muitas igrejas há mais emoções que manifestação espiritual. Pense comigo, os dons não é termômetro de espiritualidade. Os dons do espírito se manifestam de forma ordeira e, principalmente objetiva. Nas igrejas de nossos dias acontecem cultos de adoração conforme os líderes preconizam e a exposição da palavra e as músicas muito bem apresentadas provocam arrepios e até mesmo manifestação espiritual. O problema é que quando o culto acaba tudo o que aconteceu cessou com o final do culto. Não rende frutos. Sem querer julgar, mas, conheço muitos evangélicos que tem uma vida diferente fora da igreja. Será que aprenderam errado? Com certeza, não. O problema é que fé sem obras é morta. Viver o que aprendeu é integridade sadia e os frutos acontecem naturalmente.

Jesus é onde se resume a doutrina bíblica e que afirmou para fugir dos falsos profetas e pelos frutos se conhece a árvore (Mateus 7:15,16). Tudo o que estes falsos profetas andam dizendo por aí, caso não seja fundamentado no amor à Deus e ao próximo é passível de desprezo. Jesus nunca enfiou goela abaixo a sua doutrina e sempre procurava relevar à mente da pessoa ouvinte para que tivesse a iniciativa em decidir conscientemente. Tudo o que se faz para o Reino de Deus é em conformidade com a doutrina do evangelho que tem o único propósito em revelar Deus as pessoas para reconduzi-las à sua presença. Igrejas institucionais não tem de acumular dinheiro e nem patrimônio e muito menos os seus pastores enquanto existem milhões de pessoas passando fome e desempregadas. Tanto na camada social, como também, nos problemas emocionais e psicológicos e nos relacionamentos a igreja deve ser atuante e eficaz seguindo a doutrina do evangelho e jamais a do ser humano. O que falta também é a igreja sair da “bolha romântica” e ter a ousadia em confrontar os falsos valores que estão sendo apregoados nos púlpitos com evangelho frívolo e distorcido e nas redes sociais onde o mundo está a cada dia mais explícito nas suas maldades, na corrupção, nos palavrões, na violência, nos roubos, nas mentiras e no sexo explícito que qualquer criança tem acesso pelo celular. E o evangelho tem de ir muito além do explícito conforme o texto de Paulo aos Romanos5:20 “Onde abundou o pecado, superabundou a graça”. O evangelho tem de avançar muito além dos limites do pecado numa contraofensiva de restauração da vida humana. Por outro lado e no mesmo objetivo, muitos pastores falam de Deus e do evangelho, porém, estão aquém daquilo que o evangelho pode fazer na pessoa porque é apresentado de forma capenga e duvidosa. A igreja também tem de ultrapassar os limites da sua tradição religiosa arcaica e mofada para alcançar as pessoas que sofrem no cativeiro do pecado. Quando se lê um periódico em qualquer formato, percebe-se que os articulistas cristãos não têm a mesma dinâmica e ousadia da sociedade libertária e falam para um público acomodado na liturgia dos seus cultos. É preciso ter o evangelho no coração e intrepidez para viver a integridade e ser igreja para os não convertidos, para os religiosos e para os desigrejados.