Venancio Junior
O corpo não peca e o espírito também não peca. O composto do ser humano que peca é a alma. A alma é a nossa consciência. A principal perda do ser humano é a da alma. Contrariamente ao que se configura nos filmes e nos desenhos, a alma e o espírito não têm formas, pois, possuem características diferentes. O corpo é composto por matéria física. Não tem como viver ou fazer parte da matéria sem o corpo. O espírito é composto por sentimentos e emoções. O espírito se alegra, o espírito se entristece. Deus é espírito, portanto, se alegra e também se entristece. Deus é infinito porque é espírito (João 4:24). Caráter e consciência são pertencentes a alma. A alma que pecar, esta morrerá (Ezequiel 18:20). Provavelmente a condenação ao inferno é exclusiva a alma/consciência e o espírito da pessoa mesmo condenada ao inferno, volte para Deus (Eclesiastes 12:7) porque o júbilo é alegria e expressão do espírito e no inferno ninguém ficará jubiloso por causa do extremo sofrimento. O espírito é o fôlego de vida dado por Deus e no inferno não haverá qualquer indício de vida, somente morte. Porque é utilizado o termo “morte espiritual”, considerando que o espírito não morre? Este termo é aplicado desta forma para demonstrar que o espírito, mesmo com o fôlego de vida, deixou de expressar júbilo ao criador. Toda expressão do espírito direcionada a Deus é de vida e nunca de morte. O fôlego de vida nos seres viventes é de encantamento para glorificação do criador. A vida não nos pertence. Quando assumimos de que a vida nos pertence, é porque, provavelmente, a alma esteja querendo assumir o controle. Quando isto acontece, toda expressão se torna superficial. Após a queda e a consequente desconfiguração, tudo mudou, a característica, as emoções, as vontades e também o destino. Por isto que a alma que peca, morre. Estamos imersos no contexto do pecado onde se respira a morte espiritual. Por isto que Jesus afirmou que Ele próprio é a ressurreição e a vida. Leia o texto de João 11:25,26 “Disse-lhe Jesus: "Eu sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim, ainda que morra, viverá e quem vive e crê em mim, não morrerá eternamente”. “...ainda que morra” é referente ao corpo. “...viverá e quem vive” é referente ao espírito “...e crê em mim, não morrerá eternamente” é referente a alma. O corpo volta ao pó, o espírito volta a Deus que é o fôlego de vida e a alma tem o seu destino no juízo de Deus.
Uma
pergunta que sempre se faz no consciente da alma é: “Se todos pecam, como é
possível ser salvo?”. Por exemplo, se na hora da morte ou do arrebatamento que
são as duas únicas condições de se transpor para a outra dimensão, a pessoa
estiver em pecado, como explicar a sua redenção? Todos pecam incessantemente,
porém, uns, mesmo pecadores, aceitaram e confiaram suas vidas à justificação em
Cristo. Enquanto aqueles que não reconhecem a condição de pecadores e nem
confiaram suas vidas à Cristo, o destino certo é a perdição eterna. Este último
grupo são daqueles que Jesus já havia afirmado “Pois quem quiser salvar a
sua vida a perderá” e completa dizendo “...que adianta ganhar o mundo e
perder a alma?” (Marcos 8:35,36).
Muitas
pessoas se iludem com grandes conquistas, sejam bens materiais, fama, bem-estar
econômico e social e esbanjam saúde. Digo de antemão que todas as conquistas no
contexto do mundo atual são ilusões e perdura enquanto houver vida na terra, depois disto, vem o juízo de Deus (Hebreus 9:27). O que é a vida momentânea frente a eternidade? Absolutamente nada. O pecado sem perdão é o único aditivo que nos condena ao sofrimento eterno. O pecado age no íntimo e os seus
valores são superficiais e tem o único objetivo em nos manter fora da presença de Deus. O pecado é como um sedativo que elimina a consciência de pecador e nos submete aos mais baixos níveis de degradação. A miséria social e moral e a maldade humanas são consequências deste estado de letargia espiritual. Além dos bens materiais, o que mais seria superficial
em que as pessoas se apegam e até depositam sua fé? A religião, seja ela qual
for, é superficialidade. As tradições, os rituais, os costumes e os métodos de qualquer
religião são falsas narrativas e servem apenas para escravizar as pessoas. Observe a sequência do texto
já mencionado de João 4:24 “...os seus adoradores devem adorar no Espírito e
em verdade”. O Espírito aqui está com letra maiúscula porque se trata do
Espírito Santo. Alegria no Espírito Santo é um dos componentes do Reino de
Deus. Então, se deve adorar com alegria no Espírito Santo e em verdade
significa adoração consciente. Deus não aceita adoração baseada em emoções
superficiais sem a devida consciência do que esteja fazendo. Deve-se reconhecer
a Deus e a sua soberania e a única forma de fazê-lo é com a alma vivente que
foi regenerada ou justificada em Cristo.
A
justificação em Cristo é um processo da graça de Deus. Somos imerecedores da
salvação e perdemos o direito de viver a vida eterna com Deus. O único mediador
para que sejamos reconduzidos à sua presença é Jesus Cristo. Tudo o que se fala
sobre interceder aos santos ou a qualquer outra entidade é dolo para enganar
aqueles que desconhecem o plano de salvação. Só é possível ter a vida salva
para quem devemos a vida que é o próprio Deus que nos deu o fôlego de vida. Não
basta falar de Deus, ouvir falar de Deus e odiar o diabo. Amar a Deus integralmente com plena consciência é o primeiro mandamento: "Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças" (Marcos 12:30). Isto só é possível no Espírito Santo e com a
alma consoante as atitudes práticas. Em Espírito e em verdade. O Espírito Santo só habita naqueles que vivem a
integralidade do evangelho. Não me refiro ao evangelho da religião evangélica
ou protestante. O evangelho não pertence a qualquer religião. Tudo o que se
ouviu ou aprendeu sobre salvação deve ser filtrado no evangelho que fala sobre
a criação de Deus, sobre o pecado e sobre a redenção em Jesus Cristo.
Trocando
em miúdos, a salvação é coisa muito séria. A mais alta periculosidade que coloca
em risco a salvação são as falsas narrativas. Estas falsas narrativas nos
deixam mornos diante de Deus que se indignou com esta condição e que afirma de
que seria melhor ser frio ou quente do que ser morno que, neste caso, vomitaria
(Apocalipse 3:15,16). Esta foi uma carta a igreja de Laodiceia. Estava falando
a pessoas que comungavam e frequentavam a igreja. Eram pessoas que se
empenhavam em cumprir a tradição, porém, o coração estava longe. O que
significa ter o coração longe de Deus? A princípio, é ter uma vida cômoda sem
envolvimento com a missão em pregar o evangelho a toda a criatura. Ter o talento
dado por Deus enterrado é também um indício de que algo não vai bem no
relacionamento com Deus na prática. Ser discípulo e servo não deve se
restringir a teoria. Adorar no Espírito é revelar comunhão e em verdade é vida
prática e consciente. Conheço muitos que vivem sem conexão com Deus. A tradição,
costumes e medo de ir para o inferno não garantem vida eterna. Vivem no conforto
de suas casas, usufruindo de tudo o que a vida oferece de bom,
porém, sem se aperceber de que esta condição é um verdadeiro cativeiro espiritual. Nada contra as coisas boas da vida, porém, deve ser condizente com o texto de I Coríntios 10:31? "Assim, seja comendo, seja bebendo, seja fazendo qualquer outra coisa, fazei tudo para a glória de Deus". As coisas boas da vida são proporcionadas por Deus e tudo, conforme o texto, deve ser feito para a
sua glória. Há um complemento que conclui o reconhecimento de servo que se encontra no texto de Eclesiastes 3:17 "E tudo quanto fizerdes,
seja por meio de palavras ou ações, fazei em o Nome do Senhor Jesus, oferecendo
por intermédio dele graças a Deus Pai". Claramente o texto exorta de
que não bastam somente palavras, é preciso atitude que revelem a verdadeira
conexão com Deus. Este texto também revela que se deve ter plena consciência no
uso das palavras e na aplicabilidade dos talentos para a glória de Deus. Isto revela
que a alma mesmo em pecado por causa do contexto, é justificada em Cristo.
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