quarta-feira, 16 de maio de 2018

Gestão da Base Cartográfica e das Redes de Abastecimento e Esgotamento


TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
Gestão da Base Cartográfica e das Redes de Abastecimento e Esgotamento
Venancio Rodrigues dos Santos Junior
RA: 2285327362
Curso: MBA em Gestão de Projetos
Pólo Campinas 1

Resumo

A gestão das informações da base cartográfica e das redes de saneamento é algo relativamente novo. Tem um grau de complexidade equiparado aos grandes projetos porque envolve profissionais altamente qualificados de diversas áreas, maquinário atualizado com tecnologia adequada a cada atividade e recurso financeiro relativamente vultoso. O principal processo que “interliga” a captação e o acesso às informações é o geoprocessamento que, para muitos, ainda é um mundo desconhecido. O trabalho de pesquisa baseou-se na experiência da implantação da gestão do geoprocessamento da cartografia e saneamento numa autarquia na cidade de Campinas, cidade do interior do estado de São Paulo. A princípio, o material disponível onde continham as informações que já se utilizava a quase 100 anos era o papel. O trabalho inicial foi migrar todas estas informações para uma estrutura digital sem qualquer associação dos dados com as entidades gráficas. Necessitou-se dispor de duas equipes, mantendo uma alimentando as informações na estrutura antiga e uma outra equipe já capacitada para o manuseio em computador confeccionando a nova base digital. Nesta fase aprendemos que padronizar procedimento em algo ainda desconhecido corre-se o risco de acumular um volume de serviço que provoca retrabalho o que, de fato, aconteceu. Adotar um ritmo de trabalho moderado e focado em evitar este retrabalho é a melhor opção para manter a confiabilidade das informações, mesmo que o trabalho dure um pouco mais de tempo que o previsto. O resultado deste processo garantiu 85% da confiabilidade e precisão em relação ao previsto. Os 15% restantes serviu para identificar as inconsistências e o refino das informações.
Palavras chaves: Projeto, Tecnologia, Ferramentas, Saneamento, Base Cartográfica Digital
Introdução
A análise espacial é responsável pela maioria dos estudos que visam desenvolver projetos. Por exemplo, na infraestrutura urbana, basicamente dos serviços públicos nas áreas de transporte, saúde, educação, saneamento, dentre outros.
Qualquer planejamento hoje em dia depende fundamentalmente de uma boa gestão das informações. Com o advento do mundo digital, a área técnica precisou se reinventar adequando-se ao novo sistema que, a princípio, apenas centralizou as informações facilitando a manipulação dos dados, porém, sem ainda qualquer possibilidade de se criar uma rotina inteligente que, para isto, precisariam ter os dados geo-referenciados.
A minha pesquisa partiu do princípio da experiência pessoal. Desde o início, quando a área técnica de desenho e cartografia sofreu esta mudança radical para o mundo digital, ouvíamos que a facilidade destes novos recursos tecnológicos facilitaria o trabalho a ponto de alguns imaginarem que para desenvolvê-lo bastava manusear o computador. Após vários anos cheguei à conclusão de que os recursos tecnológicos e a formação acadêmica não são o suficiente para a gestão de um projeto. Um grande exemplo é o desenho que, antes na prancheta, precisava do conhecimento técnico e este conhecimento deve acompanhar o profissional de qualquer especialidade no computador. Mudou a ferramenta e o seu consequente manuseio, porém, os princípios de como o trabalho deverá ser desenvolvido não mudaram e deverão acompanhar o profissional independente da tecnologia aplicada.
Na fase de migração do papel, o objetivo era colocar tudo na estrutura digital sem a preocupação com a forma de armazenamento que facilitasse posteriormente a busca destas informações. O maior erro percebido foi generalizar o trabalho baseado no conceito de que o computador propiciaria a habilidade o suficiente sem a especificidade do trabalho em si. Os resultados, à princípio, foram relevantes considerando a condensação das informações em um só local acessados por todos via rede interna.
Surgiu, então, os problemas de como fazê-lo e qual a melhor maneira para que estas informações se mantivessem atualizadas e fossem acessadas conforme as necessidades de cada grupo de usuários. Geoprocessamento foi o processo mais adequado para desenvolver todo este trabalho. A sua aplicação é ampla e pode ser utilizada em diversas áreas, mas, foquei a área de saneamento na qual estávamos envolvidos. Conforme o geógrafo e professor da UNIFAI e diretor da APROGEO-SP, Marcos Aurélio de Araújo Gomes, “...a cada ano que passa, as aplicações das tecnologias de Geoprocessamento tornam-se mais necessárias ao desenvolvimento das sociedades que necessitem planejar e implementar o seu desenvolvimento”.
O Brasil ainda é muito tímido na conscientização e na ação voltadas para o saneamento. Segundo o instituto Trata Brasil, uma organização de interesse público e formada por empresas que tem interesse em recursos hídricos e investimentos em saneamento, conforme os dados de 2013, os resultados ainda são insuficientes o que nos mantem muito distantes do ideal de nação desenvolvida. O atendimento com água tratada chega a 85% dos lares brasileiros. O índice de perda chega a 37%, ou seja, mais de um quarto da água tratada é desperdiçada. Apenas 48,6% da população tem acesso à coleta de esgoto, onde, 40% do esgoto coletado não recebem qualquer tratamento. As áreas mais afastadas dos grandes centros urbanos, onde os investimentos são menores nesta área, sofrem pela precarização de recursos e tecnologias de abastecimento e esgotamento. A água e o esgoto igualmente tratados, além de ser um fator preponderante de saúde, economicamente é viável e o processo do geoprocessamento organizará todas as informações concernentes à estrutura de cada cidade, povoado e também das áreas rurais. Controlar e administrar dados são importantes para que as metas de eficiência sejam alcançadas. Em qualquer área de aplicação que influencie diretamente o cidadão esta meta é alcançada mediante uma boa administração das informações. Coletar, tratar e organizar dados é uma tarefa complexa, porém, o objetivo é torna-la simples no armazenamento e na busca sem perda de confiabilidade. O problema aqui exposto não é o técnico. Focamos, principalmente, as questões burocráticas na gestão do geoprocessamento das estruturas cartográfica e de saneamento conforme o guia PMBOK que estabelece as diretrizes para processos, ferramentas e técnicas no gerenciamento de projetos. O sucesso depende da forma como será implantado, o que pode também ocasionar o seu insucesso quando mal planejado mesmo dispondo de todos os recursos necessários. Após definir o cenário, os implementos tornam-se essenciais e adequá-los requer habilidades, tanto no conhecimento do produto, como também, na experiência da aplicabilidade. As principais práticas que deverão ser ressaltadas é o início do projeto, a evolução do trabalho considerando o seu tempo e o fim que deverá ter um prazo definido.
1. Desenvolvimento
1.1 Implementos utilizados
Com o surgimento do computador pessoal ou simplesmente PC (People Computer), uma página na história foi virada e tudo mudou estruturalmente em termos de comunicação e armazenamento de informações. Computadores e scanners de grande e pequeno porte ainda permanecem como as ferramentas essenciais para “trazer” as imagens antigas para uma estrutura digital. O computador evoluiu juntamente com os softwares que são desenvolvidos adequadamente para cada finalidade. Novas tecnologias surgem a cada ano e “pequenas revoluções” surgem em diversos lugares, fruto de pessoas interessadas em inovações que facilitem substancialmente o trabalho. A tecnologia não é algo recente e o seu princípio nada tem a ver com a modernidade. A tecnologia é a ideia em busca de solução. Nos tempos primórdios o ser humano, até por uma questão de sobrevivência, já desenvolvia meios e maneiras de adequação e manuseio. A tecnologia evolui e as ferramentas sofrem constante aperfeiçoamento frente aos problemas que, para identifica-los, é necessário que saiba o objetivo e qual o processo que será aplicado.
Assim como o computador e os softwares que sofreram evolução, os processos precisam também evoluir. Um destes, que incide diretamente no nosso trabalho é o geoprocessamento. Este é o processo muito abrangente, porém, o mais eficaz para a organização e o manuseio das informações e que deve ser aplicado de forma simples e não pode, em hipótese alguma, ser diferente porque esta é a essência do mundo geo. Segundo o geógrafo Jorge Xavier da Silva, Coordenador do Laboratório de Geoprocessamento (LAGEOP) da UFRJ, “...o planejamento e a gestão de projetos são campos técnico-científicos beneficiados pelo uso do Geoprocessamento”. A dificuldade na aplicação desta tecnologia, talvez, seja convergir os vários conceitos o que, de certa forma, sempre acarreta nova postura e flexibilidade no processo de implantação, caso os objetivos não sejam bem claros. O geoprocessamento, neste caso, pode tornar-se uma estrutura muito complexa considerando a sua magnitude, mas, é o processo fundamental para a organização das informações georreferenciadas.
Não muito tempo atrás a quantidade de informações absorvida era ínfima em relação aos dias atuais. Ao contrário do que a maioria defende, o maior problema não é de hardware e nem software que evoluíram e o mercado atual dispõe de computadores com boa performance de processamento e programas adequados para criar boas estruturas e, com isto, obter resultados satisfatórios.
Faz parte do processo, independente do rumo que se tomou, rever periodicamente tudo o que está sendo feito, sejam as ferramentas, os projetos, as metas, inclusive também as pessoas envolvidas e a forma como está sendo feito o geoprocessamento porque a era digital é volúvel, de certa forma cruel e nunca é o mesmo por um razoável período em que não se necessite de uma revisão. O maior obstáculo é exatamente conciliar as ideias que, individualmente são boas e muitas têm o mesmo objetivo, mas, quando associadas a outras, perdem a eficácia. Insistir nas mesmas ideias, nas mesmas soluções geram os mesmos resultados trazendo os velhos problemas de sempre. Apesar do potencial intelectual, muitos não conseguem ou não querem compreender a realidade de cada cliente e de cada estrutura. O recurso humano disponível deve ser específico na seleção dos profissionais e estar atento na capacitação e atualização do conhecimento técnico dos funcionários. Muitos deles ainda deixam uma incógnita. Mesmo sendo formados, percebe-se que tem uma postura profissional formatada. Atualmente devemos ter uma mente aberta para novas ideias e atentos as novidades do mercado digital que, como já afirmei, não é estático. Existem inúmeros profissionais qualificados e com mente livre e que, a cada dia, se atualizam no conhecimento para atender com excelência a demanda desta área não se apegando a velhos conceitos e sistemas engessados.
No caso específico das estruturas da Base Cartográfica e do Sistema de Abastecimento e Esgotamento, o único material disponível eram dados analógicos e que precisavam ser migradas para uma estrutura digital basicamente composta por imagem vetorial e raster. Com as ferramentas em mãos e o trabalho a ser desenvolvido, bastava aplicar os processos na implantação.

1.2 Implantação do projeto de gestão da Base Cartográfica e de Saneamento.
Aqueles que não conheceram o mundo antes da era digital já nascem trilhando um caminho “pavimentado”, “florido” e com as “placas de sinalização” indicando todos os destinos. A assimilação à tecnologia informatizada é algo natural e sequer imaginariam um mundo sem este sistema revolucionário. Mesmo com toda esta facilidade, de nada adianta dispor de recursos, soluções e pessoal habilitado e não conseguir desenvolver o trabalho com o retorno esperado. Isto é típico da falta de um projeto ou de planejamento. Em qualquer época, independente da condição e dos métodos, o projeto, o planejamento e os processos são companheiros inseparáveis diferindo apenas na característica dos seus idealizadores. Na verdade, qualquer projeto precisa ter uma cara e uma das piores condições é ficar sem uma, porque, quando não se têm uma cara, qualquer uma serve. Isto não significa que não poderá sofrer adequações de aprimoramento, afinal, vivemos em um mundo globalizado e capaz de se reinventar. A receita para este quadro é seguir o que diz Pize (2012) esbravejando que, a forte concorrência de um ambiente globalizado obriga as empresas a manter suas estratégias flexíveis e adaptáveis, como forma de estarem aptas a realizar estas mudanças.
Existem alguns pontos indiscutíveis que imediatamente no início da implantação procuramos conscientizar cada um dos envolvidos. Um destes pontos é nivelar o resultado final pelo beneficiário ou cidadão comum que é, de certa forma, leigo e não pelo “expert” que vive a tecnologia, portanto, deverá ser simples, prático, objetivo e acessível a todos. É a famosa inclusão tecnológica dos que usufruem pelo grupo responsável pelo projeto. Mesmo sendo bem implantado, de nada adiantaria ser bem-sucedido na implantação se os objetivos propostos não deixassem o usuário final satisfeito. Para que isto aconteça sem imprevistos, é necessário saber o que está sendo feito, como está sendo feito e para quem está sendo feito. A tecnologia, por mais sofisticada que seja, não será capaz de substituir o planejamento que é fator essencial. Um planejamento depende de dois fatores: Projeto e Processos. O projeto, segundo o PMI (PMBOK, 2008), é um esforço temporário com a finalidade de criar um produto. Os processos, além de fazer parte da implantação do projeto tem características de temporários na fase de desenvolvimento ou contínuos na linha de produção subsequente. Desde o planejamento até a finalização do projeto, a equipe deverá ter a complacência em respeitar as propostas visando um trabalho de excelência com equidade superando, desta forma, todos os prováveis obstáculos. Nesta fase, o único excesso permitido além dos limites estabelecidos é o de ideias visando solucionar problemas e também evitá-los. Neste caso, é de suma importância conhecer quem participa do projeto ou como conhecemos, stakeholders. Segundo Sommerville (2007), ele os define como todos os envolvidos direta ou indiretamente e podem interferir e exigir mudanças no início, durante e no fim do projeto no sentido de aperfeiçoar os processos. A troca de informações e o conhecimento das opiniões também são imprescindíveis. Estes são bons indícios de que o processo está pronto para o próximo passo.
Manter os “pés no chão” é algo que deve ser muito considerado porque não adianta sonhar com o impossível. Para não ser seduzido por uma utopia é importante levantar a real situação do ambiente onde se quer desenvolver o projeto e saber quais as ferramentas e mão de obra disponíveis. Após o levantamento da situação, deve-se decidir por aquilo que seja mais adequado. Todas as opções ou caminhos a serem percorridos deverão ser analisados, identificados e gerenciados por se tratar de riscos que, bem gerenciados, trarão benefícios ao projeto conforme ressalta Salles (2006).
Contrariamente ao que se imagina, não basta migrar a estrutura das informações do papel para um sistema digital, porque um vício adquirido não deixa de sê-lo, mesmo mudando da mesa para um computador. Caso não haja uma atitude na revisão dos próprios conceitos, cujo paradigma precisa sofrer uma ruptura, a ineficiência comprometerá o resultado final dos processos e do próprio projeto. Desta forma, a meta prevista no planejamento não será alcançada.
A primeira ação que deverá ser bem assimilada é o controle das informações que, neste caso, é o produto propriamente dito. Este controle não visa a manipulação buscando o interesse individual, onde todos os stakeholders são corresponsáveis e se renovam nas ideias, nas propostas e na forma que melhor convêm e atinja a finalidade proposta inicialmente. Tanto os softwares, hardwares e todos os envolvidos devem se atualizar continuamente nos recursos, na capacidade de desenvolvimento e limites das possibilidades.
Os stakeholders formam a “coluna vertebral” do projeto e em qualquer fase é necessário decidir na continuação da estrutura ou ampliação e até mesmo na redução do mesmo visando adequação que pode ser aquisição ou descarte tanto do recurso humano como, também, do material em desuso. Muitas vezes é preciso ser bem radical e alguns males deverão ser arrancados pela raiz. Este mal pode ser um membro do grupo que não consegue enxergar a proposta do projeto ou que seja inflexível. O envolvimento de todos, independentemente da vontade pessoal, se faz necessário em qualquer fase do projeto e o que deve prevalecer é a consenso dos envolvidos na construção e dos beneficiários que são os clientes. Isto não significa que as ideias ou sugestões não serão discutidas, pelo contrário, deverão ser esgotadas e analisadas todas as propostas como já mencionado anteriormente. Isto contraria aquela filosofia atualmente muito difundida pelos meios de comunicação, principalmente pelos formadores de opinião, de que todo mundo pode e deve fazer o que quiser. Imagine se cada um do grupo responsável pelo projeto priorizasse sua própria vontade? Com certeza teríamos um resultado bem parecido com o Frankenstein onde cada parte do corpo é diferente uma da outra onde não há harmonia. Fazer o que quer não é uma postura correta, porque vivemos em sociedade e quase tudo é compartilhado, inclusive o resultado da ideia que hoje em dia está deixando de ser propriedade exclusiva de um grupo ou de apenas uma pessoa. Pode-se patentear a ideia, mas não o seu resultado. Somos parceiros e o indivíduo deve agir visando sempre o benefício comum e jamais ter como princípio fazer o que quer o que, muitas vezes, consegue aquilo que não precisa e para recuperar o tempo e o trabalho perdidos, assim como os gastos, nem sempre será possível fazê-lo porque, no caso, o geoprocessamento é um processo contínuo que, enquanto existir informação, será necessário aplica-lo de acordo com o interesse vigente.
Quanto ao sucesso do projeto em si, na sua concepção, no seu encaminhamento, no seu gerenciamento e tantas outras ações, segundo Philips (2004), trata-se de um esforço integrado. O gerente de projeto, segundo Rabechini (2002) e Gasnier (2000), é o responsável pelo sucesso ou o fracasso e também tem a incumbência de como será feito. O desempenho efetivo do gerenciamento de projetos está diretamente relacionado ao nível de competência em que as habilidades são dominantes. Isto é fruto de uma pesquisa e das experiências vivenciadas por Kerzner (1992).
A primeira providência tomada foi a capacitação dos recursos humanos que já trabalhavam com os arquivos em papel e conheciam profundamente todo o material. Mesmo com toda a experiência do grupo, quando surge algo novo é preciso um tempo razoável para o domínio das informações e, consequentemente, manuseá-los. Esta fase foi um aprendizado coletivo em que precisávamos manter as informações atualizadas e que, ora, ainda eram acessadas no papel e migrar as informações já existentes e as que iriam sendo atualizadas para a nova estrutura digital. Mesmo com a chegada dos computadores, estes, além de ainda não dispor de softwares adequados para esta finalidade, os funcionários não tinham habilidade o suficiente. As informações precisavam pelo menos ser dispostas em planilhas que foram as primeiras plataformas (ainda no sistema DOS) de inserção de dados.
Os projetos dos bairros e das redes de saneamento entraram no processo de digitalização e que, posteriormente, seriam indexados à estrutura digital como um link.
Após a implantação do sistema digital e concluída esta primeira fase, chegou o momento de como funcionaria o acesso às informações. A princípio, as informações da BC (Nomes de Ruas, Nomes de Bairros, Números de Quadras e de Quarteirões, Números de Lotes e Prediais) e da estrutura do sistema de Saneamento (Nomes e extensão de Redes) mesmo digitais, ainda se encontravam numa estrutura gráfica. Analisamos e concluímos que indexar as informações como atributo diretamente nas entidades gráficas é a melhor opção. Por exemplo, Número do Lote e Predial atributado no polígono e as informações das redes e a extensão diretamente no objeto correspondente.
Definimos três equipes para as estruturas BC, Redes Agua e Esgoto respectivamente e uma quarta equipe que mantinha as informações atualizadas na base ainda ativa. Conforme os processos de migração dos dados cessavam, deslocávamos os profissionais para a equipe de atualização até que todo o processo fosse concluído.
Com este processo em plena atividade e em fase final de conclusão, precisávamos armazenar em banco de dados. Optamos pelo que atendeu as nossas expectativas quanto a confiabilidade, estabilidade, agilidade e que preservasse as informações.
Finalizados todos os processos de implantação e encerrado o projeto, definimos a rotina de atualização das informações e os softwares principais porque, uma vez em banco de dados, o resultado do trabalho não precisava ser “escravo” de um software porque para se ter o acesso aos dados no banco, bastava que o programa acessasse a extensão original do banco de dados. Assim, democratizamos o acesso e simplificamos o trabalho.

2.  Considerações finais
  As áreas de cartografia e saneamento sofrem, por razões óbvias, mudanças que precisam de constantes atualizações. Tanto o armazenamento como o acesso às informações devem ser simplificados. Uma das dificuldades de uma estrutura meramente gráfica que se dispunha era a impossibilidade de desenvolver processos “inteligentes” como listagens de grupos comuns, mapas temáticos dinâmicos e gerar relatórios com dados específicos que facilitassem a busca de resultados. Como já exempleficamos, o geoprocessamento é o processo mais eficaz para converter informações gráficas em dados geo-referenciados. Este trabalho facilitou também o levantamento de dados permitindo que uma equipe de manutenção realize o trabalho em menor tempo gerando economia de tempo e dinheiro. Facilitou também o acesso às informações dos atendentes dos consumidores proporcionando um atendimento mais preciso e mais ágil. Os dados atributados também permitiu que a operação de água realizasse manobras definindo as áreas de incidência.
Organizar, tratar e disponibilizar é resultado de um trabalho desenvolvido e bem implantado em conjunto com a tecnologia à serviço da sociedade.

Glossário: (fonte ABNT)

Atributo - Tipo de dado não gráfico que descreve as entidades representadas por elementos gráficos. Termo usado para referenciar todos os tipos de dados não gráficos e, normalmente alfanuméricos, ligados a um mapa.

Geoprocessamento - Conjunto de tecnologias de coleta, tratamento, desenvolvimento e uso de informações georreferenciadas.

Dados analógicos - Dados armazenados em um meio não magnético. Ex.: em papel

Raster, Imagem Raster - Imagem raster. Informações não simbolizadas por equações matemáticas e sim por células ou pixels.

Vetor - Segmento de linha reta, com o tamanho normalmente representado pelos pares de coordenadas dos pontos extremos. Dados vetoriais referem-se a dados em forma tabular com uma dimensão.

Hardware - Conjunto formado pelos equipamentos de processamento de dados e seus componentes como monitor, mouse, mesa digitalizadora, CPU, disco rígido, impressora, plotter, scanner, etc.

Software - Conjunto de componentes lógicos que possibilitam o funcionamento dos componentes físicos do computador. Pode ser: Software básico: composto de programas de controle das funções básicas do computador. Software de aplicação: programas de solução dos problemas específicos dos usuários.

Cartografia - 1 - Ramo da ciência que trata da elaboração de mapas, proporciona subsídios para a análise e interpretação de mapas, tabelas e outros recursos gráficos.
2 - Conjunto de operações científicas, artísticas e técnicas produzidas a partir de resultados de observações diretas ou de exposições de documentos.


Anexos

Exemplos do trabalho concluído


Base Cartográfica e Redes de Abastecimento e Esgotamento (conforme ABNT)
Imagem da Base Cartográfica e da estrutura de Abastecimento e Esgotamento com informações atributadas em cada objeto correspondente.






Mapa temático dinâmico da Base Cartográfica (conforme ABNT)
Esta é uma imagem de um mapa temático dinâmico dos lotes que pode ser delimitado por uma região (objetos acumulados) ou pode ser por informações identificadas pela cor abrangendo a área total. (conforme ABNT)

ORGANOGRAMA

REFERÊNCIAS
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

Gasnier, D. Guia Prático para gerenciamento de Projetos. 1ª ed. São Paulo: IMAM 2000.

Goldratt, E. M. Corrente Crítica. 3. Ed.  São Paulo: Nobel, 2005

Kerzner, H. Project Management : A Systems Approach to Planning, Scheduling, and Controlling.7ª edição, Nova York: John Wiley & Sons, 2001.Martinez, João Cordeiro. A importância do Gerenciamento de Projeto. 2012. Disponível em: http://www.cimentoitambe.com.br/a-importancia-do-gerenciamento-de-projetos/
Moura, D. G.; Barbosa, E. F. Trabalhando com Projetos.: Planejamento e Gestão de Projetos Educacionais, Petrópolis – RJ: Editora Vozes, 2006.

Philips, J. Project Management Profissional, guia de estudo. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.

Trata Brasil: www.tratabrasil.org.br

Pize, Adilson. O Papel do Gerenciamento de Projetos no Sucesso do Planejamento Estratégico da Organização. 2012. http://www.administradores.com.br/artigos/negocios/o-papel-do-gerenciamento-de-projetos-no-sucesso-do-planejamento-estrategico-da-organizacao/45613/

Rabechini, R. Carvalho, Laurindo, F. Fatores críticos para implementação por gerenciamento de projetos. O caso de uma organização de pesquisa. Revista produção, v. 12 n. 2, 2002.Sommerville, Ian. Engenharia de Software. 8ª edição. São Paulo: Pearson, 2007.

Robbins, Stephen P; Timothy A. Judge, Filipe Sobral. Comportamento Organizacional. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010.

Salles, C.; Soler, A.; Gerenciamento de riscos em projetos. 1 ed. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2006.

Valeriano, D. Moderno Gerenciamento de Projetos. São Paulo: Prentice Hall, 2005.

Xavier, Jorge da Silva, Coordenador do Laboratório de Geoprocessamento (LAGEOP) da UFRJ. www.ufrj.br

Gomes, Marcos Aurélio de Araújo - geógrafo e professor da UNIFAI e diretor da APROGEO-SP (Associação Profissional dos Geógrafos do Estado de São Paulo).

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