TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
Gestão da Base Cartográfica e das Redes de
Abastecimento e Esgotamento
Venancio Rodrigues dos Santos
Junior
RA: 2285327362
Curso: MBA em Gestão de Projetos
Pólo Campinas 1
Resumo
A gestão das
informações da base cartográfica e das redes de saneamento é algo relativamente
novo. Tem um grau de complexidade equiparado aos grandes projetos porque
envolve profissionais altamente qualificados de diversas áreas, maquinário
atualizado com tecnologia adequada a cada atividade e recurso financeiro relativamente
vultoso. O principal processo que “interliga” a captação e o acesso às
informações é o geoprocessamento que, para muitos, ainda é um mundo
desconhecido. O trabalho de pesquisa baseou-se na experiência da implantação da
gestão do geoprocessamento da cartografia e saneamento numa autarquia na cidade
de Campinas, cidade do interior do estado de São Paulo. A princípio, o material
disponível onde continham as informações que já se utilizava a quase 100 anos
era o papel. O trabalho inicial foi migrar todas estas informações para uma
estrutura digital sem qualquer associação dos dados com as entidades gráficas. Necessitou-se
dispor de duas equipes, mantendo uma alimentando as informações na estrutura
antiga e uma outra equipe já capacitada para o manuseio em computador
confeccionando a nova base digital. Nesta fase aprendemos que padronizar
procedimento em algo ainda desconhecido corre-se o risco de acumular um volume
de serviço que provoca retrabalho o que, de fato, aconteceu. Adotar um ritmo de
trabalho moderado e focado em evitar este retrabalho é a melhor opção para
manter a confiabilidade das informações, mesmo que o trabalho dure um pouco
mais de tempo que o previsto. O resultado deste processo garantiu 85% da
confiabilidade e precisão em relação ao previsto. Os 15% restantes serviu para identificar
as inconsistências e o refino das informações.
Palavras chaves:
Projeto, Tecnologia, Ferramentas, Saneamento,
Base Cartográfica Digital
Introdução
A análise espacial é responsável
pela maioria dos estudos que visam desenvolver projetos. Por exemplo, na
infraestrutura urbana, basicamente dos serviços públicos nas áreas de transporte,
saúde, educação, saneamento, dentre outros.
Qualquer planejamento hoje em
dia depende fundamentalmente de uma boa gestão das informações. Com o advento
do mundo digital, a área técnica precisou se reinventar adequando-se ao novo sistema
que, a princípio, apenas centralizou as informações facilitando a manipulação
dos dados, porém, sem ainda qualquer possibilidade de se criar uma rotina
inteligente que, para isto, precisariam ter os dados geo-referenciados.
A minha pesquisa partiu do
princípio da experiência pessoal. Desde o início, quando a área técnica de
desenho e cartografia sofreu esta mudança radical para o mundo digital,
ouvíamos que a facilidade destes novos recursos tecnológicos facilitaria o
trabalho a ponto de alguns imaginarem que para desenvolvê-lo bastava manusear o
computador. Após vários anos cheguei à conclusão de que os recursos
tecnológicos e a formação acadêmica não são o suficiente para a gestão de um
projeto. Um grande exemplo é o desenho que, antes na prancheta, precisava do
conhecimento técnico e este conhecimento deve acompanhar o profissional de
qualquer especialidade no computador. Mudou a ferramenta e o seu consequente
manuseio, porém, os princípios de como o trabalho deverá ser desenvolvido não
mudaram e deverão acompanhar o profissional independente da tecnologia
aplicada.
Na fase de migração do papel, o
objetivo era colocar tudo na estrutura digital sem a preocupação com a forma de
armazenamento que facilitasse posteriormente a busca destas informações. O
maior erro percebido foi generalizar o trabalho baseado no conceito de que o
computador propiciaria a habilidade o suficiente sem a especificidade do
trabalho em si. Os resultados, à princípio, foram relevantes considerando a
condensação das informações em um só local acessados por todos via rede
interna.
Surgiu, então, os problemas de
como fazê-lo e qual a melhor maneira para que estas informações se mantivessem
atualizadas e fossem acessadas conforme as necessidades de cada grupo de
usuários. Geoprocessamento foi o processo mais adequado para desenvolver todo
este trabalho. A sua aplicação é ampla e pode ser utilizada em diversas áreas,
mas, foquei a área de saneamento na qual estávamos envolvidos. Conforme o
geógrafo e professor da UNIFAI e diretor da APROGEO-SP, Marcos Aurélio de Araújo Gomes, “...a cada ano que
passa, as aplicações das tecnologias de Geoprocessamento tornam-se mais
necessárias ao desenvolvimento das sociedades que necessitem planejar e
implementar o seu desenvolvimento”.
O Brasil ainda é muito tímido na
conscientização e na ação voltadas para o saneamento. Segundo o instituto Trata
Brasil, uma organização de interesse público e formada por empresas que tem
interesse em recursos hídricos e investimentos em saneamento, conforme os dados
de 2013, os resultados ainda são insuficientes o que nos mantem muito distantes
do ideal de nação desenvolvida. O atendimento com água tratada chega a 85% dos
lares brasileiros. O índice de perda chega a 37%, ou seja, mais de um quarto da
água tratada é desperdiçada. Apenas 48,6% da população tem acesso à coleta de
esgoto, onde, 40% do esgoto coletado não recebem qualquer tratamento. As áreas
mais afastadas dos grandes centros urbanos, onde os investimentos são menores
nesta área, sofrem pela precarização de recursos e tecnologias de abastecimento
e esgotamento. A água e o esgoto igualmente tratados, além de ser um fator
preponderante de saúde, economicamente é viável e o processo do geoprocessamento
organizará todas as informações concernentes à estrutura de cada cidade,
povoado e também das áreas rurais. Controlar e administrar dados são
importantes para que as metas de eficiência sejam alcançadas. Em qualquer área
de aplicação que influencie diretamente o cidadão esta meta é alcançada
mediante uma boa administração das informações. Coletar, tratar e organizar
dados é uma tarefa complexa, porém, o objetivo é torna-la simples no
armazenamento e na busca sem perda de confiabilidade. O problema aqui exposto
não é o técnico. Focamos, principalmente, as questões burocráticas na gestão do
geoprocessamento das estruturas cartográfica e de saneamento conforme o guia
PMBOK que estabelece as diretrizes para processos, ferramentas e técnicas no
gerenciamento de projetos. O sucesso depende da forma como será implantado, o
que pode também ocasionar o seu insucesso quando mal planejado mesmo dispondo
de todos os recursos necessários. Após definir o cenário, os implementos
tornam-se essenciais e adequá-los requer habilidades, tanto no conhecimento do
produto, como também, na experiência da aplicabilidade. As principais práticas
que deverão ser ressaltadas é o início do projeto, a evolução do trabalho
considerando o seu tempo e o fim que deverá ter um prazo definido.
1. Desenvolvimento
1.1 Implementos utilizados
Com o
surgimento do computador pessoal ou simplesmente PC (People Computer), uma
página na história foi virada e tudo mudou estruturalmente em termos de
comunicação e armazenamento de informações. Computadores e scanners de
grande e pequeno porte ainda permanecem como as ferramentas essenciais para
“trazer” as imagens antigas para uma estrutura digital. O computador evoluiu
juntamente com os softwares que são desenvolvidos adequadamente para cada
finalidade. Novas tecnologias surgem a cada ano e “pequenas revoluções” surgem
em diversos lugares, fruto de pessoas interessadas em inovações que facilitem
substancialmente o trabalho. A tecnologia não é algo recente e o seu princípio
nada tem a ver com a modernidade. A tecnologia é a ideia em busca de solução. Nos
tempos primórdios o ser humano, até por uma questão de sobrevivência, já
desenvolvia meios e maneiras de adequação e manuseio. A tecnologia evolui e as
ferramentas sofrem constante aperfeiçoamento frente aos problemas que, para
identifica-los, é necessário que saiba o objetivo e qual o processo que será
aplicado.
Assim como o computador e os
softwares que sofreram evolução, os processos precisam também evoluir. Um destes,
que incide diretamente no nosso trabalho é o geoprocessamento. Este é o processo muito abrangente, porém, o mais eficaz
para a organização e o manuseio das informações e que deve ser aplicado de
forma simples e não pode, em hipótese alguma, ser diferente porque esta é a
essência do mundo geo. Segundo
o geógrafo Jorge Xavier da Silva, Coordenador do Laboratório de
Geoprocessamento (LAGEOP) da UFRJ, “...o
planejamento e a gestão de projetos são campos técnico-científicos beneficiados
pelo uso do Geoprocessamento”. A dificuldade na
aplicação desta tecnologia, talvez, seja convergir os vários conceitos o que,
de certa forma, sempre acarreta nova postura e flexibilidade no processo de
implantação, caso os objetivos não sejam bem claros. O geoprocessamento, neste caso, pode tornar-se uma estrutura
muito complexa considerando a sua magnitude, mas, é o processo fundamental para
a organização das informações georreferenciadas.
Não muito tempo atrás a
quantidade de informações absorvida era ínfima em relação aos dias atuais. Ao
contrário do que a maioria defende, o maior problema não é de hardware e nem software que evoluíram e o mercado atual dispõe de computadores com
boa performance de processamento e programas adequados para criar boas
estruturas e, com isto, obter resultados satisfatórios.
Faz parte do processo,
independente do rumo que se tomou, rever periodicamente tudo o que está sendo
feito, sejam as ferramentas, os projetos, as metas, inclusive também as pessoas
envolvidas e a forma como está sendo feito o geoprocessamento porque a era digital é volúvel, de
certa forma cruel e nunca é o mesmo por um razoável período em que não se
necessite de uma revisão. O maior obstáculo é exatamente conciliar as ideias
que, individualmente são boas e muitas têm o mesmo objetivo, mas, quando
associadas a outras, perdem a eficácia. Insistir nas mesmas ideias, nas mesmas
soluções geram os mesmos resultados trazendo os velhos problemas de sempre.
Apesar do potencial intelectual, muitos não conseguem ou não querem compreender
a realidade de cada cliente e de cada estrutura. O recurso humano disponível
deve ser específico na seleção dos profissionais e estar atento na capacitação
e atualização do conhecimento técnico dos funcionários. Muitos deles ainda
deixam uma incógnita. Mesmo sendo formados, percebe-se que tem uma postura
profissional formatada. Atualmente
devemos ter uma mente aberta para novas ideias e atentos as novidades do
mercado digital que, como já afirmei, não é estático. Existem inúmeros
profissionais qualificados e com mente livre e que, a cada dia, se atualizam no
conhecimento para atender com excelência a demanda desta área não se apegando a
velhos conceitos e sistemas engessados.
No caso específico das
estruturas da Base Cartográfica e do Sistema de Abastecimento e Esgotamento, o
único material disponível eram dados analógicos e que precisavam ser migradas
para uma estrutura digital basicamente composta por imagem vetorial e raster. Com as
ferramentas em mãos e o trabalho a ser desenvolvido, bastava aplicar os
processos na implantação.
1.2 Implantação do projeto de
gestão da Base Cartográfica e de Saneamento.
Aqueles que não conheceram o
mundo antes da era digital já nascem trilhando um caminho “pavimentado”,
“florido” e com as “placas de sinalização” indicando todos os destinos. A
assimilação à tecnologia informatizada é algo natural e sequer imaginariam um
mundo sem este sistema revolucionário. Mesmo com toda esta facilidade, de nada
adianta dispor de recursos, soluções e pessoal habilitado e não conseguir
desenvolver o trabalho com o retorno esperado. Isto é típico da falta de um
projeto ou de planejamento. Em qualquer época, independente da condição e dos
métodos, o projeto, o planejamento e os processos são companheiros inseparáveis
diferindo apenas na característica dos seus idealizadores. Na verdade, qualquer
projeto precisa ter uma cara e uma das piores condições é ficar sem uma,
porque, quando não se têm uma cara, qualquer uma serve. Isto não significa que
não poderá sofrer adequações de aprimoramento, afinal, vivemos em um mundo
globalizado e capaz de se reinventar. A receita para este quadro é seguir o que
diz Pize (2012) esbravejando que, a forte concorrência de um ambiente
globalizado obriga as empresas a manter suas estratégias flexíveis e
adaptáveis, como forma de estarem aptas a realizar estas mudanças.
Existem alguns pontos
indiscutíveis que imediatamente no início da implantação procuramos
conscientizar cada um dos envolvidos. Um destes pontos é nivelar o resultado
final pelo beneficiário ou cidadão comum que é, de certa forma, leigo e não
pelo “expert” que vive a tecnologia, portanto,
deverá ser simples, prático, objetivo e acessível a todos. É a famosa inclusão
tecnológica dos que usufruem pelo grupo responsável pelo projeto. Mesmo sendo
bem implantado, de nada adiantaria ser bem-sucedido na implantação se os
objetivos propostos não deixassem o usuário final satisfeito. Para que isto
aconteça sem imprevistos, é necessário saber o que está sendo feito, como está
sendo feito e para quem está sendo feito. A tecnologia, por mais sofisticada que
seja, não será capaz de substituir o planejamento que é fator essencial. Um
planejamento depende de dois fatores: Projeto e Processos. O projeto, segundo o
PMI (PMBOK, 2008), é um esforço temporário com a finalidade de criar um
produto. Os processos, além de fazer parte da implantação do projeto tem
características de temporários na fase de desenvolvimento ou contínuos na linha
de produção subsequente. Desde o planejamento até a finalização do projeto, a
equipe deverá ter a complacência em respeitar as propostas visando um trabalho
de excelência com equidade superando, desta forma, todos os prováveis
obstáculos. Nesta fase, o único excesso
permitido além dos limites estabelecidos é o de ideias visando
solucionar problemas e também evitá-los. Neste caso, é
de suma importância conhecer quem participa do projeto ou como conhecemos, stakeholders.
Segundo Sommerville (2007), ele os
define como todos os envolvidos direta ou indiretamente e podem interferir e
exigir mudanças no início, durante e no fim do projeto no sentido de
aperfeiçoar os processos. A troca de informações e o conhecimento das opiniões
também são imprescindíveis. Estes são bons indícios de que o processo está
pronto para o próximo passo.
Manter
os “pés no chão” é algo que deve ser muito considerado porque não adianta
sonhar com o impossível. Para não ser seduzido por uma utopia é importante
levantar a real situação do ambiente onde se quer desenvolver o projeto e saber quais as ferramentas e mão de obra
disponíveis. Após o levantamento da situação, deve-se decidir por aquilo que
seja mais adequado. Todas as opções ou caminhos a serem percorridos deverão ser
analisados, identificados e gerenciados por se tratar de riscos que, bem
gerenciados, trarão benefícios ao projeto conforme ressalta Salles (2006).
Contrariamente ao que se
imagina, não basta migrar a estrutura das informações do papel para um sistema digital,
porque um vício adquirido não deixa de sê-lo, mesmo mudando da mesa para um
computador. Caso não haja uma atitude na revisão dos próprios conceitos, cujo
paradigma precisa sofrer uma ruptura, a ineficiência comprometerá o resultado
final dos processos e do próprio projeto. Desta forma, a meta prevista no
planejamento não será alcançada.
A
primeira ação que deverá ser bem assimilada é o controle das informações que,
neste caso, é o produto propriamente dito. Este controle não visa a manipulação
buscando o interesse individual, onde todos os stakeholders são corresponsáveis e se renovam nas ideias, nas
propostas e na forma que melhor convêm e atinja a finalidade proposta
inicialmente. Tanto os softwares,
hardwares e todos os
envolvidos devem se atualizar continuamente nos recursos, na capacidade de
desenvolvimento e limites das possibilidades.
Os stakeholders formam a “coluna vertebral”
do projeto e em qualquer fase é necessário decidir na continuação da estrutura
ou ampliação e até mesmo na redução do mesmo visando adequação que pode ser
aquisição ou descarte tanto do recurso humano como, também, do material em
desuso. Muitas vezes é preciso ser bem radical e alguns males deverão ser
arrancados pela raiz. Este mal pode ser um membro do grupo que não consegue
enxergar a proposta do projeto ou que seja inflexível. O envolvimento de todos,
independentemente da vontade pessoal, se faz necessário em qualquer fase do
projeto e o que deve prevalecer é a consenso dos envolvidos na construção e dos
beneficiários que são os clientes. Isto não significa que as ideias ou
sugestões não serão discutidas, pelo contrário, deverão ser esgotadas e analisadas
todas as propostas como já mencionado anteriormente. Isto contraria aquela
filosofia atualmente muito difundida pelos meios de comunicação, principalmente
pelos formadores de opinião, de que todo mundo pode e deve fazer o que quiser. Imagine
se cada um do grupo responsável pelo projeto priorizasse sua própria vontade? Com
certeza teríamos um resultado bem parecido com o Frankenstein onde cada parte do corpo é diferente uma da outra onde
não há harmonia. Fazer o que quer não é uma postura correta, porque vivemos em
sociedade e quase tudo é compartilhado, inclusive o resultado da ideia que hoje
em dia está deixando de ser propriedade exclusiva de um grupo ou de apenas uma
pessoa. Pode-se patentear a ideia, mas não o seu resultado. Somos parceiros e o
indivíduo deve agir visando sempre o benefício comum e jamais ter como
princípio fazer o que quer o que, muitas vezes, consegue aquilo que não precisa
e para recuperar o tempo e o trabalho perdidos, assim como os gastos, nem
sempre será possível fazê-lo porque, no caso, o geoprocessamento é um processo contínuo que, enquanto
existir informação, será necessário aplica-lo de acordo com o interesse vigente.
Quanto
ao sucesso do projeto em si, na sua concepção, no seu encaminhamento, no seu
gerenciamento e tantas outras ações, segundo Philips (2004), trata-se de um esforço integrado. O gerente de
projeto, segundo Rabechini (2002) e Gasnier (2000), é o responsável pelo
sucesso ou o fracasso e também tem a incumbência de como será feito. O
desempenho efetivo do gerenciamento de projetos está diretamente relacionado ao
nível de competência em que as habilidades são dominantes. Isto é fruto de uma
pesquisa e das experiências vivenciadas por Kerzner
(1992).
A primeira providência tomada
foi a capacitação dos recursos humanos que já trabalhavam com os arquivos em
papel e conheciam profundamente todo o material. Mesmo com toda a experiência
do grupo, quando surge algo novo é preciso um tempo razoável para o domínio das
informações e, consequentemente, manuseá-los. Esta fase foi um aprendizado
coletivo em que precisávamos manter as informações atualizadas e que, ora,
ainda eram acessadas no papel e migrar as informações já existentes e as que
iriam sendo atualizadas para a nova estrutura digital. Mesmo com a chegada dos
computadores, estes, além de ainda não dispor de softwares adequados para esta
finalidade, os funcionários não tinham habilidade o suficiente. As informações
precisavam pelo menos ser dispostas em planilhas que foram as primeiras
plataformas (ainda no sistema DOS) de inserção de dados.
Os projetos dos bairros e das redes
de saneamento entraram no processo de digitalização e que, posteriormente,
seriam indexados à estrutura digital como um link.
Após a implantação do sistema digital
e concluída esta primeira fase, chegou o momento de como funcionaria o acesso
às informações. A princípio, as informações da BC (Nomes de Ruas, Nomes de
Bairros, Números de Quadras e de Quarteirões, Números de Lotes e Prediais) e da
estrutura do sistema de Saneamento (Nomes e extensão de Redes) mesmo digitais,
ainda se encontravam numa estrutura gráfica. Analisamos e concluímos que
indexar as informações como atributo diretamente nas entidades gráficas é a
melhor opção. Por exemplo, Número do Lote e Predial atributado no polígono e as
informações das redes e a extensão diretamente no objeto correspondente.
Definimos três equipes para as
estruturas BC, Redes Agua e Esgoto respectivamente e uma quarta equipe que
mantinha as informações atualizadas na base ainda ativa. Conforme os processos
de migração dos dados cessavam, deslocávamos os profissionais para a equipe de
atualização até que todo o processo fosse concluído.
Com este processo em plena atividade
e em fase final de conclusão, precisávamos armazenar em banco de dados. Optamos
pelo que atendeu as nossas expectativas quanto a confiabilidade, estabilidade,
agilidade e que preservasse as informações.
Finalizados todos os processos de
implantação e encerrado o projeto, definimos a rotina de atualização das
informações e os softwares principais
porque, uma vez em banco de dados, o resultado do trabalho não precisava ser
“escravo” de um software porque para
se ter o acesso aos dados no banco, bastava que o programa acessasse a extensão
original do banco de dados. Assim, democratizamos o acesso e simplificamos o
trabalho.
2.
Considerações finais
As
áreas de cartografia e saneamento sofrem, por razões óbvias, mudanças que
precisam de constantes atualizações. Tanto o armazenamento como o acesso às
informações devem ser simplificados. Uma das dificuldades de uma estrutura
meramente gráfica que se dispunha era a impossibilidade de desenvolver
processos “inteligentes” como listagens de grupos comuns, mapas temáticos
dinâmicos e gerar relatórios com dados específicos que facilitassem a busca de
resultados. Como já exempleficamos, o geoprocessamento é o processo mais eficaz
para converter informações gráficas em dados geo-referenciados. Este trabalho
facilitou também o levantamento de dados permitindo que uma equipe de
manutenção realize o trabalho em menor tempo gerando economia de tempo e
dinheiro. Facilitou também o acesso às informações dos atendentes dos
consumidores proporcionando um atendimento mais preciso e mais ágil. Os dados
atributados também permitiu que a operação de água realizasse manobras
definindo as áreas de incidência.
Organizar, tratar e
disponibilizar é resultado de um trabalho desenvolvido e bem implantado em
conjunto com a tecnologia à serviço da sociedade.
Glossário: (fonte ABNT)
Atributo - Tipo de dado não gráfico que
descreve as entidades representadas por elementos gráficos. Termo usado para
referenciar todos os tipos de dados não gráficos e, normalmente alfanuméricos,
ligados a um mapa.
Geoprocessamento - Conjunto de tecnologias de coleta,
tratamento, desenvolvimento e uso de informações georreferenciadas.
Dados analógicos - Dados armazenados em um meio não
magnético. Ex.: em papel
Raster, Imagem Raster - Imagem raster. Informações não
simbolizadas por equações matemáticas e sim por células ou pixels.
Vetor - Segmento de linha reta, com o
tamanho normalmente representado pelos pares de coordenadas dos pontos
extremos. Dados vetoriais referem-se a dados em forma tabular com uma dimensão.
Hardware - Conjunto formado pelos
equipamentos de processamento de dados e seus componentes como monitor, mouse,
mesa digitalizadora, CPU, disco rígido, impressora, plotter, scanner, etc.
Software - Conjunto de componentes lógicos
que possibilitam o funcionamento dos componentes físicos do computador. Pode
ser: Software básico: composto de programas de controle das funções básicas do
computador. Software de aplicação: programas de solução dos problemas
específicos dos usuários.
Cartografia - 1 - Ramo da ciência que trata da
elaboração de mapas, proporciona subsídios para a análise e interpretação de
mapas, tabelas e outros recursos gráficos.
2 - Conjunto de operações científicas, artísticas e técnicas produzidas a
partir de resultados de observações diretas ou de exposições de documentos.
Anexos
Exemplos do trabalho concluído
Base Cartográfica e Redes de
Abastecimento e Esgotamento (conforme ABNT)
Imagem da Base Cartográfica e da estrutura de Abastecimento e Esgotamento
com informações atributadas em cada objeto correspondente.
Mapa temático dinâmico da Base
Cartográfica (conforme ABNT)
Esta é uma imagem de um mapa temático dinâmico dos lotes que pode ser
delimitado por uma região (objetos acumulados) ou pode ser por informações
identificadas pela cor abrangendo a área total. (conforme ABNT)
ORGANOGRAMA
REFERÊNCIAS
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
Gasnier, D. Guia Prático para gerenciamento de Projetos. 1ª ed. São Paulo: IMAM
2000.
Goldratt, E. M. Corrente Crítica. 3. Ed. São Paulo: Nobel, 2005
Moura, D. G.; Barbosa, E. F. Trabalhando com Projetos.: Planejamento e Gestão
de Projetos Educacionais, Petrópolis – RJ: Editora Vozes, 2006.
Philips, J. Project Management Profissional, guia de estudo. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2004.
Rabechini, R. Carvalho, Laurindo, F. Fatores críticos para implementação por
gerenciamento de projetos. O caso de uma organização de pesquisa. Revista
produção, v. 12 n. 2, 2002.Sommerville,
Ian. Engenharia de Software. 8ª edição. São Paulo: Pearson, 2007.
Robbins, Stephen P; Timothy A. Judge, Filipe Sobral. Comportamento Organizacional. São Paulo: Pearson Prentice Hall,
2010.
Salles, C.; Soler, A.; Gerenciamento de riscos em projetos. 1 ed. Rio de
Janeiro: Editora FGV, 2006.
Valeriano, D. Moderno Gerenciamento de Projetos. São Paulo: Prentice Hall, 2005.
Xavier,
Jorge da Silva, Coordenador
do Laboratório de Geoprocessamento (LAGEOP) da UFRJ. www.ufrj.br
Gomes, Marcos Aurélio de Araújo - geógrafo
e professor da UNIFAI e diretor da APROGEO-SP (Associação Profissional dos
Geógrafos do Estado de São Paulo).