sexta-feira, 28 de março de 2025

O DEUS DA RELIGIÃO

Venancio Junior

Qual é o deus da religião?

Pode ser qualquer um. De madeira, de ferro, de gesso ou esculpido numa pedra. Pode ser branco, preto, moreno, careca, cabeludo com ou sem barba. A vantagem em ter um deus assim é que pode levar a qualquer lugar. Ele não se importa com o frio, com o calor e pode deixar em qualquer lugar, no cemitério e nos locais de oferendas porque não tem problema se encher de bolor, pode desgastar e estará imóvel sem se preocupar. Outra grande vantagem também é que o deus da religião não tem regras definidas, pois, segue a conveniência do seu portador. Na verdade, ele não tem regras. Na linguagem da informática, já vem sem plataforma para que instale conforme o gosto do “usuário”. Ele não se importa com o que o religioso faz, seja algo bom ou ruim. Não se importa também se é fiel ou infiel com a religião ou com as pessoas do convívio. Qual a sua religião? Não importa. O deus da religião é ecumênico quando considera que todas as religiões estão certas.

Será que deus é uma entidade criada pelo ser humano? Conforme a religião, sim, o ser humano criou um deus. O deus da religião é aquele descrito em Isaías que não ouve, não se mexe e não pode salvar. Isaías 45:20,25

Vivemos o tempo da religião e a cada dia surgem os aproveitadores e mercenários da fé que enganam e se aproveitam da carência das pessoas para alimentar os seus interesses. Não me refiro somente aos falsos pastores, mas, existem falsos líderes em todas as religiões. Com o passar do tempo, estes oportunistas aventureiros criam suas próprias maneiras para manter o controle das emoções dos seus fiéis. Existem milhares de religiões e cada uma tem o seu deus de estimação ou, na melhor das hipóteses, estimam o mesmo deus, porém, com visões diferentes. Ninguém duvida de que cada religião limita o seu deus nas suas verdades e não permite que ultrapasse a linha de controle da sua crença. Será que é verdade que não importam os dogmas e as crenças, o importante é que o mesmo deus com nomes diversos age em todas as camadas místicas de diversas formas? Parece que cada pessoa criou a sua forma de se chegar a deus, daí, surge a religião. Para muitos, a religião não precisa ter um tipo de doutrina reguladora e muito menos de um deus exclusivo. As pessoas se sentem confortáveis quando não se é exigido algum sacrifício. É bem mais cômodo crer desta forma. O problema é que viver como bem se quer é muito arriscado, pois, acabamos por ser absolutos em nossas convicções e escolhemos somente aquilo que nos agrada e nos faz bem não importando se o outro com quem convivemos também está bem e ignoramos também as diferenças que, de certa forma nos molda como sociedade. É uma falsa liberdade que anula a nossa consciência. Por onde se vai este pensamento nos acompanha e nos leva a sermos egoístas e a cada dia blindados contra o amor ao próximo nos tornando pessoas frias e com nenhuma disposição em nos doar para completar um ao outro. É um mundo que vive enclausurado nas suas próprias crenças e aprisionados pela tradição e Deus veio para nos libertar da religião seja ela qual for, pois, não criou nenhuma delas.

A bíblia nos revelou um Deus diferente daquilo que imaginamos e somos traídos pelos nossos próprios valores religiosos. A espiritualidade é relacional. O relacionamento com Deus parte do princípio de que devemos nos relacionar uns com os outros. Dizer que ama a Deus que não vê e não ama ao próximo que vê é hipocrisia. Muitos falam de amor e a religião tem se utilizado da facilidade da comunicação para revelar a igreja da superfície que é a religião e camuflar a profundidade da igreja. A religião só tem o amor da propaganda e tem usado da persuasão para manter as pessoas na superfície. O amor que as pessoas vivem é um pseudo amor e só causa destruição dos valores fundamentais necessários para um relacionamento sadio. Amar é se dedicar ao outro incondicionalmente. Deus, não somente se dedicou, mas, se entregou em carne para que percebêssemos que o seu amor por nós foi incondicional. Tornou-se servo para nos servir em amor. Tornou-se homem para poder nos sentir de perto e ouvir as nossas lamentações. Amar ao próximo é demonstrar o amor a Deus. Dedicar tempo e, muitas vezes, ir além deste gesto não deve ser um ritual religioso. As religiões, sem exceção, não é, em absoluto, o caminho para Deus. Ninguém chega à presença de Deus pela religião. Pelo contrário, a religião afasta as pessoas de Deus que exige fidelidade às suas conveniências porque é uma instituição humana. O deus que pertence a alguma religião é um falso deus. A religião enquanto uma instituição que leva a deus, é falsa. A religião não é o caminho, nem a verdade e muito menos vida. Jesus o Deus encarnado é o único mediador entre Deus e os homens.

1 Timóteo 2:5 “Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário