Venancio Junior
Sempre fui ligado ao esporte. O futebol,
especificamente o futebol de salão ou popularmente futsal, me acompanha até os
dias atuais. Obviamente não tenho mais a desenvoltura dos meus 20 anos. A lesão
do menisco no joelho esquerdo por causa do futsal, que foi retirado ainda
precocemente, afetou muito a minha performance que já não era grande coisa e
nos dias atuais piorou muito e o cuidado p´ra não sofrer uma nova lesão
recorrente no já frágil joelho tem sido a minha maior preocupação, muito maior
do que simplesmente “jogar razoavelmente bem”. Ainda consigo correr e jogar
dentro dos limites que a condição física permite. A corrida e a pedalada
semanal têm ajudado muito no vigor físico. Confesso que ainda consigo fazer
algumas boas jogadas, enquanto outras podem ser classificadas como verdadeira “bola
quadrada” quando é um passe totalmente errado e compromete profundamente a
jogada tanto no ataque como também na defesa. Bola quadrada no sentido literal
não existe, pois, o próprio adjetivo já sugere que se trata de uma
circunferência. O interessante é que quando numa jogada recebe a “bola
redondinha” e se devolve sem rumo, este termo, apesar de ser um pleonasmo
utilizado como uma metáfora, é bem adequado para configurar a situação. Tem um
outro termo “bola fora” que se aplica a mesma situação. Mas, vou me ater ao
termo proposto inicialmente.
Utilizando esta metáfora, na vida pode não ser
diferente quando alguém recebe uma coisa boa e a devolve desfigurada ou
distorcida como uma verdadeira “bola quadrada”. No mundo atual, por exemplo, a
informação é expressa e com pressa. O volume de informações é absurdo e parece
que somos exigidos em repassar estas informações a qualquer custo e de qualquer
jeito tal como o passe da “bola quadrada”. Não se sinta na obrigação em curtir
ou compartilhar qualquer conteúdo, inclusive os meus. Muitas informações são
relevantes, porém, são repassadas sem observar do que se trata ou mesmo se é
coerente com aquilo que se acredita. Noutra situação, quando as informações são
importantes e confiáveis, procrastina-se e omite o que poderia ser como uma
grande jogada em chamar a atenção para assuntos importantes do cotidiano. A
omissão, neste caso, pode ser configurada como uma “bola quadrada”.
As redes sociais é o mais forte instrumento de
difusão no mundo todo onde encontramos muitas jogadas de “bola quadrada”. Em
segundos ficamos sabendo se o mundo está acabando ou não. Como ferramenta
poderosa, não se pode utilizar sem adotar critérios que direcione a informação
de forma correta para o efeito desejado e seja contemplado no sentido de
construir valores e jamais destruí-los. Todos os dias e a todo instante,
querendo ou não, as informações chegam e percebe-se que tem mais destruído do
que construído. As “bolas quadradas” do ódio, do preconceito e da falta de
educação em geral ocupam parte considerável da mídia como um todo. O maior
propósito dos fomentadores é causar espanto e conquistar seguidores ou como
diziam antigamente “ouvintes do rádio” ou os “telespectadores da televisão”. De
qualquer forma, aqueles que recebem a informação mesmo que o assunto não
interesse, podem ser considerados espectadores quando presenciam os fatos. Como
repassar estas informações é o principal objetivo em alertar para as “bolas
quadradas”.
A característica da informação não mudou, mesmo com
o avanço da tecnologia. Porém, nem sempre o critério da confiabilidade é
considerado. O mais importante da informação é diluir o conteúdo com o senso
crítico. A maioria das informações é “bola quadrada” e não merece a dedicação
do nosso precioso tempo. Infelizmente este processo de “bola quadrada” atinge
todas as camadas sociais e intelectuais. Conheço muitas pessoas inteligentes e
que não sabem utilizar a sabedoria no repasse das informações. Nem mesmo a
religião escapou e, talvez seja o meio mais utilizado para repassar a “bola
quadrada”. Por incrível que pareça, o próprio Jesus foi vítima de passes de “bola
quadrada”. Foi acusado, julgado e crucificado porque os religiosos
receberam uma “bola redondinha” e deveriam repassar da mesma forma para os
outros, porém, preferiram dar esta “bola quadrada” da religião. Deu no que deu.
Satisfez apenas os religiosos que desacreditavam do evangelho de salvação e não
creram no Messias prometido por Deus.
A bíblia é a maior “vítima” da “bola quadrada” dos
usurpadores. Ela revela um Deus que se importa com a humanidade. Os
oportunistas repassam como portadores da verdade e da forma que mais lhe
convém. Isto gera confusão e insegurança em confiar ou não nas informações.
Jesus é Deus encarnado. Veio literalmente em carne e osso para demonstrar a
grandeza do seu amor para com todos. Sabemos que algumas vertentes religiosas
consideram Jesus como filho de Deus, mas, não como o próprio Deus. Tipicamente
uma “bola quadrada”. Outra vertente não considera Jesus como o Messias
prometido e confiam exclusivamente no Deus da religião somente. Esta é outra “bola
quadrada”. Há os que consideram também que Deus não veio e não chamou a todos
para receberem a salvação. Uma absurda “bola quadrada”. A própria religião foi
considerada pelo próprio Jesus como uma "bola quadrada" por se
importarem mais com a tradição dos homens do que com o poder de Deus. Existem
centenas de milhares de questiúnculas doutrinárias que são “bolas quadradas”
totalmente sem relevância para a espiritualidade. A tradição da religião é uma
“bola quadrada” que tem desviado o foco do evangelho que é uma “bola redonda” e
um passe perfeito em direção ao gol.
Vamos analisar da perspectiva bíblica. Usurpação
descrito na bíblia é um claro exemplo de “bola quadrada” quando se utiliza do
texto bíblico e a interpretação é repassada errada. Quando se recebe o evangelho
no coração não tem como ser de forma errada. Quando se atinge o coração é
porque o “passe foi certeiro”. Uma vez crendo com o coração e mente, ela deve
ser repassada da mesma forma simples e clara para que surta o efeito desejado
que é a transformação através do evangelho sem mácula.
Isto não é restrito a espiritualidade, mas, esta
jogada em “dar uma bola dentro” deve acompanhar nos relacionamentos sociais e
na vida profissional e revelar compromisso com os princípios do evangelho. Não
creio que combater o racismo e o preconceito dentre outros perenducalhos
sociais que, na verdade, são efeitos da causa de todos estes males que é a
falta de educação. Não ter educação torna as jogadas sempre com “bola quadrada”.
Isto é claramente observado no comportamento das pessoas, principalmente quando
há o confronto verbal ou qualquer outra discussão. Os assuntos geralmente não
têm a importância que necessite alguma atenção. As pessoas estão previamente
armadas sem mesmo ter a certeza se haverá algum confronto. A vida é um jogo
onde os adversários somos nós mesmos. Vivemos neste jogo em meio a inúmeras “bolas
quadradas” sem qualquer direção. Mesmo não estando no jogo, há o risco iminente
de levar uma bolada na cara. Já levei muitas no jogo e na vida. Quem nunca
levou? O próprio Jesus levou muita bolada na cara das “bolas quadradas” dos
próprios discípulos e dos sacerdotes. Por incrível que pareça, os que tinham a
humildade em reconhecer suas limitações, os marginalizados pela sociedade, eram
os que no final davam uma bola redondinha p´ra Jesus que fazia um golaço na
vida deles. Enquanto isto, os ricos e religiosos só passavam “bola quadrada” e
se perdiam nas quatro paredes da religião.
Não considere a vida como um jogo onde tudo já esteja perdido. Mesmo que virtualmente esteja, repasse a “bola quadrada” que recebeste, com um passe posterior certeiro consertando toda a jogada. Precisa ser muito craque. É tipo aquele velho caso em “dar a outra face”. Uma "bola quadrada" na cara que precisará de ter muita habilidade para dominar com equilíbrio. Este será um verdadeiro “olé” e um gol de placa!
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