Venancio Junior
Atualmente tem se propagado que Deus
ama a todos sem distinção incondicionalmente. Isto é verdade e creio nisto
também, porém, o processo de salvação não é, em absoluto, uma ação unilateral. Ser
amado por Deus somente não significa ter a garantia de salvação. Tem um
condicionante fundamental em que há o mesmo peso no processo de salvação que é a
pessoa amar a Deus acima de todas as coisas reconhecendo-se como pecador que
gera o arrependimento. Amar a Deus não é somente um sentimento, mas, demonstrar
que ama de verdade com práticas que revelem este amor. Ser amado significa que Deus
deseja o bem para todos e está disposto a tudo para que se tenha o melhor da
vida. Deus nos criou para viver e jamais para morrer. Houve um atropelo nos
planos originais de Deus que, contrariamente ao que dizem, Deus não é
arbitrário. Leia o texto “Quem crer será salvo, quem não crer já está
condenado “. Tudo o que se imaginar na natureza que foi criada sofreu
desconfiguração na sua característica. Esta criação na qual se inclui a natureza
começou literalmente a apodrecer e a vida humana e animal agora tem um fim. A
água que era potável, com a intervenção humana agora é poluída e precisa de um
processo de purificação. A natureza orgânica precisa ser cuidada para não
apodrecer. Os metais enferrujam caso não seja aplicado o processo de lubrificação.
O único processo em que não houve modificação foi o da reprodução. Tudo o que
tem fôlego de vida é composto por macho e fêmea para que se multiplique. A formação
sofreria deformação e o pecado é a única e principal causa da desfiguração do
caráter aplicado somente a quem tem alma que é o ser humano. O pecado tornou-se
um composto da alma. Portanto, os demais componentes da vida humana que não tem
alma, estão fora das consequências do pecado. O texto diz que “A alma que
pecar, esta morrerá”. Toda alma peca porque nasce no contexto do pecado e
precisa de um processo de resgate e Deus quer saber quem deseja ser liberto o
qual todos perderam o seu direito concedido por ele próprio. Repito, como Deus
não é arbitrário, então, cada um decide pelo seu futuro. É necessário ter
predisposição e iniciativa confiando e abandonando a vida de pecado. Vida de
pecado é a desfiguração da característica original. Enquanto houver fôlego de
vida, isto deve ser contínuo tendo a fé em Jesus como mediador que nos
justifica a Deus. Confiando em Deus, a sua salvação está garantida mediante o
seu amor quando somos aperfeiçoados em Cristo que nos justifica diante de Deus.
Afinal, como funciona este processo de salvação? Será
que basta saber que Deus existe e acreditar que tudo pode sem assumir qualquer
compromisso com o criador que estará tudo resolvido? Deus nos amou primeiro,
isto é fato, pois, somos criaturas feitas com amor. E o amor da criatura para
com o criador? Não existe amor inconsequente. O amor é sempre para construir. Antes
de perder a conexão, o amor era pleno e absoluto. Tudo era consequência do
amor, por isto que a bíblia diz que nos amou primeiro porque fomos feitos por
amor. Após a queda, Deus preocupou-se e se envolveu pessoalmente em Jesus para
nos trazer de volta a sua presença. O condicionador desta religação é crer em
Deus e saber que tudo isto aconteceu, tanto a ascensão da criatura à presença
de Deus como, também, a sua destituição. Se houve um processo para sermos
banidos, obviamente, há um outro processo para a recondução. Deus sempre nos
amou e condicionou por livre arbítrio a salvação para quem quiser se submetendo
a este processo que tem o seu início pela fé. Somos salvos mediante a fé. Será
que a fé é apenas um sentimento que não precise demonstrar na prática confiança
e arrependimento? Fé e arrependimento estão de mãos dadas neste processo. A fé
vem primeiro, logo em seguida vem a consciência de pecador e consequentemente
vem o arrependimento. Um não subsiste sem o outro.